Saúde
Hepatite C: Sintomas, tratamento e mais sobre a mais perigosa das hepatites
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Hepatite C é uma doença infecciosa que afeta sobretudo o fígado e resulta em danos extensivos à saúde. Por grande parte dos casos ser assintomático por muito anos, ela é considerada a mais perigosa de todas as hepatites.
A seguir, saiba mais sobre essa condição e como tratá-la:
Causas de hepatite C
A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV), que, assim como o causador da hepatite B, está presente no sangue de humanos infectados.
Transmissão de hepatite C
A hepatite C é contagiosa por meio do contato com sangue e fluídos sexuais contaminados, como sêmen e lubrificação vaginal.
É uma forma bem mais preocupante de hepatite, uma vez que permanece escondida no organismo por muitos anos, até que o vírus danifique o fígado o suficiente para causar sinais e sintomas.
Os principais meios de transmissão da hepatite C são:
- Transfusão de sangue;
- Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, entre outros);
- Compartilhamento de itens de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam);
- Falta de higiene em materiais para fazer tatuagem e colocar piercing;
- Da mãe infectada para o filho durante a gravidez;
- Relações sexuais sem proteção com uma pessoa infectada.
A transmissão sexual do vírus entre parceiros heterossexuais é pouco frequente, principalmente nos casais monogâmicos (quando a pessoa tem apenas um companheiro). Por isso, a hepatite C não é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Porém, entre homens que fazem sexo com homens e na presença da infecção pelo vírus HIV, a via sexual deve ser considerada uma importante forma de transmissão.
Fatores de risco
Estão no grupo de risco da hepatite C:
- Usuários de drogas injetáveis
- Receptores de sangue por meio transfusão
- Pacientes em hemodiálise
- Profissionais da área da saúde que tenham contato direto com sangue ou fluídos corporais
- Quem tem relações sexuais sem proteção
- Ex-presidiários
- Pessoas que fizeram piercing ou tatuagem com equipamentos não esterilizados
Sinais e sintomas de hepatite C
Fase aguda
Toda infecção crônica por hepatite C começa com a fase aguda, a qual geralmente não é diagnosticada porque raramente causa sintomas. Contudo, quando ocorrem pode haver:
- Dores musculares
- Enjoo
- Fadiga
- Febre
- Pele e olhos amarelados (Icterícia)
Tais sintomas aparecem de um a três meses após a exposição ao vírus e duram de duas semanas a três meses.
Em alguns casos, a infecção aguda é eliminada espontaneamente ou por terapia antiviral, já nos outros ela evoluiu para a cronicidade.
Fase crônica
Já a infecção prolongada pelo vírus da hepatite C geralmente é assintomática por muitos anos, nos quais o fígado é danificado até que surjam os seguintes sinais e sintomas:
- Cansaço
- Comichão
- Confusão
- Cor da urina alterada (escura)
- Dores abdominais
- Enjoo e/ou vômitos
- Falta de apetite
- Febre
- Fezes claras
- Icterícia
- Inchaço nas pernas
- Perda de peso
- Tontura
Justamente por costumar não apresentar sinais até a fase crônica, é importante se consultar com um médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam todas as formas de hepatite.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce da hepatite C amplia a eficiência do tratamento e evita a cronicidade.
Para saber se há necessidade de realizar os exames que detectam a doença, você deve observar se já passou por alguma das situações que possibilitam a transmissão.
Alguns exames que podem ser realizados, são:
- Sorologia HCV: mais utilizado para a triagem inicial e contato anterior com o vírus
- RNA HCV: usado para confirmação do diagnóstico e acompanhamento terapêutico
- Genótipo HCV: para orientar as decisões referentes ao tipo e a duração do tratamento
Em pacientes com estágio crônico, são necessário outros testes para avaliar o grau e o estágio da lesão hepática (fibrose ou cirrose):
- Biópsia hepática
- Painéis de marcadores de sangue
- Elastografia transitória
É preciso um intervalo de 60 dias após a exposição ao vírus para que os anticorpos sejam detectados no exame de sangue.
Quando o resultado é positivo, a pessoa deve ser encaminhada para testes complementares.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza um teste anti-VHC que só é indicado caso a pessoa apresente fatores de risco.
Qual profissional devo procurar?
Para fazer o acompanhamento e tratamento da doença, é necessário procurar um especialista das áreas de hepatologia, gastroenterologia ou infectologia. Eles são capazes de fornecer informações precisas sobre o problema.
Hepatite C tem cura?
A hepatite C pode ter cura em casos agudos, desde que seja eliminada espontaneamente pelo organismo ou pelo tratamento com antivirais.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 80% dos casos a infecção leva mais de seis meses para assumir a forma crônica. Cerca de 20% desses quadros podem resultar em cirrose hepática e 1% a 5% em câncer de fígado.
Tratamento para hepatite C
O tratamento para a hepatite C pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de medicamentos específicos para eliminar o vírus da corrente sanguínea.
Remédios
A doença é tratada por antivirais que geram resultados em até 12 semanas após o término.
Os medicamentos podem provocar efeitos secundários, então é preciso buscar auxílio médico se sentir alguma alteração.
Transplante de fígado
Caso o paciente tenha desenvolvido complicações sérias pelo acometimento, pode ser necessário realizar um transplante hepático. Contudo, é importante lembrar que o novo órgão não cura a hepatite C, portanto é provável que ela retorne, exigindo novamente o tratamento.
Vacina
Embora não exista vacina contra o vírus C, pode ser indicado receber as doses contra as hepatites A e B, que também podem causar danos ao fígado e complicar o curso da hepatite C crônica.
Complicações
A pessoa com hepatite C crônica pode ter algumas complicações, tais como:
- Cirrose
- Ascite
- Encefalopatia hepática
- Câncer no fígado (que pode levar à metástases e sangramentos no sistema gastrointestinal)
Esses problemas aparecem, normalmente, quando a infecção já está em um estágio muito avançado. Se não forem controlados e tratados a tempo, podem levar à morte.
Prevenção
Embora não exista vacina contra a hepatite C, evitá-la é muito fácil. Veja algumas formas de prevenção:
- Não compartilhar quaisquer itens que tenham entrado em contato com sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes;
- Sempre usar preservativo em relações sexuais;
- Todas as grávidas precisam fazer exames de pré-natal para detectar as hepatites B e C, a Aids e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho.